Lia em "Slash Drama! Parte I"
A história de uma adolescente rockeira \m/ em crise. Quando tudo parece estar bem, pode não estar tão bem assim...
Lia era uma adolescente comum. Tirando a sua inexplicável obsessão por música Rock. Sabia tocar guitarra, daquelas com 6 cordas. Era bastante boa até...
Teve uma infância e adolescência normais. Tinha amigos, não muitos na verdade mas era o que se arranjava. Afinal eles eram piores do que ela. Enfim, tudo corria bem. Se não falarmos no cansaço, no stress, na quantidade infernal de aulas, nos testes de História A, nas tristes aulas de Filosofia, no professor de Educação Física, na péssima média, (...).
Anyway, era tudo feliz. Até que no dia 15 de Maio de 2010 Lia compra um pedaço de papel que lhe vai causar muita agonia e dor.
Rockeira e guitarrista, de cabelos escuros e encaracolados, Lia era mundialmente conhecida por Slasha, e não era por mero acaso. Saul Hudson, ou Slash como era mais conhecido, era o seu ídolo e o motivo de Lia tocar guitarra. Também ele tinha os cabelos escuros e encaracolados, daí a alcunha Slasha. Esse dia ficou marcado pela compra do bilhete para o concerto do Slash, o primeiro concerto de Slash a solo em território nacional na sequência do lançamento do seu disco, também ele a solo.
O bilhete, de cor verde fluorescente, muito bonito e catita, é a causa de toda a polémica. Aparentemente sem vida, ele é portador de todo um espírito maligno, capaz de destruir sonhos e felicidade.
* FlashForward On *
"Oh MÃAAAAAEEEE!" - Lia gritava enquanto descia as escadas.
"Não grites, temos vizinhos!" - Dizia a mãe impaciente.
"Viste o meu bilhete para o Slash?" - Algo não estava bem.
"E eu é que tenho de saber dele? Tu é que o guardas-te!" - A mãe nem prestava atenção.
"Pois foi, mas eu estive no meu quarto à procura dele e não o encontro em lado nenhum. Tem a certeza que não mexeu nele? Acho que estava dentro de um saco da Fnac..." - Por esta altura Lia já tinha um grande nó no estômago.
"Num saco da Fnac?! No outro dia fui ao teu quarto e deitei um saco desses ao lixo, mas dentro dele só tinha uma embalagem de phones vazia, como era lixo..." - Ainda sem muita preocupação, a mãe remexia na mala de maquilhagem enquanto respondia ás perguntas apressadas de Lia.
"Oh mãe, O BILHETE ESTAVA NESSE SACO!" - O mundo tinha acabado. Como era possível a mãe ter deitado algo ao lixo sem verificar o seu conteúdo na totalidade?Já muitas vezes ela lhe dissera para não entrar no quarto e começar a mexer nas coisas como se fossem dela. Para Lia, privacidade era fundamental.
Estávamos já em Junho e Lia estava agora sem bilhete e sem certezas de que iria ou não comparecer ao evento.
* FlashForward Off *
O que irá acontecer?
Ficará sem ir ao concerto?
Irá o bilhete aparecer?
Comprará um novo?
Bom, não vos faço esperar mais...
Após uma semana da infeliz descoberta, e cheia de esperança, Lia dirigiu-se a uma loja Fnac com o intuito de repor o objecto perdido. Infelizmente, ou como se era de esperar na vida desta triste jovem, Lia foi confrontada com a desoladora notícia de que os bilhetes estavam já esgotados e que não iria mais poder assistir ao concerto de um dos seus ídolos - Slash, o Rei da Guitarra.
* FlashForward On *
"Lia, querida, desculpa-me. Nem imaginas como eu estou triste. Sabes que não fiz de propósito." - A mãe tentava a todos os custos se desculpar perante a sua filha desolada.
"Mãe, deixa lá. Ele tão cedo não volta a Portugal mas não é o fim do mundo." - Lia estava a ser visivelmente irónica, fruto da sua mágoa interior.
Foi isto o caminho todo. De volta a casa, depois de recebida a notícia, a mãe pedia desculpa e Lia fazia questão de não demonstrar simpatia.
"Lia, eu deixo-te ir ver os Guns N' Roses." - Já em casa, esta era a troca que a mãe tentava fazer para obter o perdão da filha.
Lia já tinha feito questão de avisar a todo mundo, publicando em todo o lado, que já não ia ver o Slash.
"Ai sim? Já não me vais subornar o Verão todo, dizendo que eu tenho de arrumar o quarto, aprender a cozinha e a passar a ferro?!" - A ironia continuava.
"Não, não vou subornar mais." - Com uma última frase, a mãe dirigiu-se para a cozinha. Um minuto mais tarde volta a falar. "Lia, o teu bilhete era verde flourescente?"
"Era sim, mas porque perguntas?" - Lia sentia-se confusa pela pergunta tão fora de contexto mas nem ligou e continuou o que estava a fazer no Pc.
Dito isto, a mãe aparece na porta, segurando um pedaço de papel rectangular verde fluorescente.
"Olha o que eu encontrei." - A mãe estava emocionada e aliviada.
"Não acredito, esse é o meu bilhete!" - Tinha sido tudo tão rápido que Lia nem conseguia acreditar. Num momento estava zangada e enfurecida por não ter bilhete e no outro nem queria acreditar no que estava a ver nas mãos da mãe. Não sabia se chorava ou desmaiava. Porém a reacção da mãe foi inesperada...
"Sabes, temos que conversar." - Dizia a mãe num tom autoritário, típico de mãe zangada. "Lembras-te do suborno? Bom, vais arrumar o teu quarto, vais passar a limpar o teu lixo do quarto, vais aprender a cozinhar e a passar a ferro e também vais começar a tirar café com um sorriso no rosto e sem resmungar!" - A mãe estava mesmo séria sobre isso.
"Mas como é que é? Suborno?! Não, de maneira nenhuma. Olha que eu posso processá-la por danos psicológicos irreversíveis!" - Lia fazia cara de indignada, mas no fundo estava feliz.
* FlashForward Off *
Tudo acaba bem quando começa bem. Apesar de todos as peripécias, e muitas mais que aqui não foram relatadas, Lia vai conseguir ir ao concerto. Dia 22 de Junho de 2010, ela lá estará, na primeira fila, para apreciar o magnifico concerto do seu grande ídolo - Saul Hudson a.k.a Slash! Contem com a continuação...
The End! \m/
"I've taken myself to the edges of life my way. And I'm still here." - Saul Hudson